«Este relatório põe a nu o sofrimento duradouro de civis no Iraque e ilustra friamente aquilo de que os refugiados iraquianos estão a tentar escapar quando fogem para a Europa e outras regiões», disse o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Ra’ad Zeid al Hussein. «Este é o horror que enfrentam nos seus países de origem», acrescentou.
No relatório é também revelado que em Mossul, cidade ocupada pelo grupo sunita em julho de 2014, foram mortas 19 mulheres por se recusarem ter relações sexuais com os jihadistas.
Os registos da ONU correspondem ao período entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de outubro de 2015.
A ONU garantiu ainda ter encontrado valas comuns em locais onde foram depositados os corpos de 377 pessoas, incluindo várias mulheres e crianças, que terão sido assassinados durante a rebelião xiita depois da primeira guerra do Golfo contra Saddam, em 1991.
Com pouco dinheiro
O grupo terrorista parece estar com dificuldades financeiras, depois de ter anunciado esta semana que irá reduzir em 50% os salários mensais dos seus combatentes na Síria, no Iraque e no estrangeiro.
A informação foi avançada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com base num texto emitido pela Casa do Capital dos Muçulmanos, um dos órgãos criados pelo grupo terrorista.
«Devido às circunstâncias excecionais que o Estado Islâmico está a enfrentar, foi decidido cortar os salários dos ‘mudjahedine’ em metade do seu valor. Ninguém ficará isento, independentemente da posição que ocupe», lê-se no texto.
Segundo Rami Abdel Rahman, ativista que coordena o OSDH, os combatentes sírios passarão a receber 200 dólares por mês, em vez de 400, e os combatentes estrangeiros, que ganham o dobro, receberão agora 400, em vez de 800.
A tensão financeira poderá ser resultado da intensificação dos ataques aéreos da coligação internacional sobre a infra-estrutura de petróleo na Síria e no Iraque.
Recorde-se que a venda de petróleo no mercado negro é uma das principais fontes de rendimento do grupo terrorista.