Na declaração, a candidata revelou-se preocupada com a abstenção, criticou o populismo da campanha e disse que tinha estado "à altura das responsabilidades".
"Assumindo a derrota eleitoral, procurei durante a campanha dar o meu contributo para o debate político e o aprofundamento da democracia. Agradeço a todos os que comigo colaboraram e em mim votaram e ajudaram nesta difícil campanha eleitoral , onde estivemos sem demagogia e sem populismo, à altura das nossas responsabilidades", declarou a candidata. Tinham passado apenas 45 minutos sobre a hora do fecho das urnas.
Maria de Belém começou por cumprimentar o vencedor, Marcelo Rebelo de Sousa e saudar "todos os portugueses, designadamente os cidadãos eleitores pela sua participação no ato eleitoral. A eleição do Presidente da República é um momento nuclear para a democracia e para a República". A seguir revelou a sua preocupação com o nível da abstenção.
"As eleições presidenciais que agora se concluem revelam uma forte e progressiva abstenção que necessariamente precariza o funcionamento da democracia portuguesa e nos leva a todos a reflectir sobre a necessidade de a combatermos pelo reforço dos meios de legitimação e aproximação aos eleitores" , disse ainda Belém. Terminou o curto discurso de derrota com vivas à República e à Constituição.
Presentes na sala estavam Manuel Alegre, Vera Jardim, João Soares e Marçal Grilo. Já Jorge Coelho tinha abandonado a sala num primeiro andar de uma antiga companhia de seguros, junto ao Saldanha, em Lisboa, para comentar os resultados eleitorais na SIC.
Alberto Martins considerou que o resultado destas presidenciais são uma "derrota para o PS e para toda a esquerda". Antes já Vera Jardim tinha culpado a "tomada de posição pública" dos principais dirigentes do PS e de governantes que foi entendida pelo eleitorado como a "posição oficiosa" do PS a favor de Sampaio da Nóvoa, ao arrepio da neutralidade que tinha sido decidida pela comissão política do partido.