João Ferreira começou por acusar a Comissão de estar a realizar “uma inqualificável operação de pressão e de chantagem” sobre o Governo português com o objetivo de condicionar o Orçamento do Estado para este ano. “Arrogância de recorte colonial”, desejo de “perpetuar o caminho que os portugueses rejeitaram” nas eleições legislativas e tentativa de obstaculizar a intenção do atual Governo de “devolver aos portugueses uma parte do que lhe foi roubado nos últimos anos” foram outras acusações feitas pelo eurodeputado.
Interpelando diretamente Jean-Claude Juncker e depois de lembrar que cabe ao Parlamento português elaborar e aprovar os orçamentos do Estado do país, João Ferreira rematou: “Acalme lá, por isso, os seus burocratas”.
Pouco depois, Junker respondeu: “Alguns colegas disseram que a Comissão Europeia não deve tratar de orçamentos nacionais e isso não é verdade. Há um tratado, há um Plano de Estabilidade e Crescimento, recomendações país a país, debates no Eurogrupo e no Conselho e a Comissão tem de desempenhar o seu papel”. E depois de criticar os eurodeputados que usam o Parlamento Europeu para fazerem política interna, Junker assegurou ainda que a Comissão Europeia não tem uma “política de austeridade estrita e estúpida”.