"A UTAO fez notar, como um dos seus comentários referênciais, que as previsões de aumento do consumo privado feitas pelo governo português eram demasiado conservadoras. Ora, isto significa que as previsões em que assentam a Comissão Europeia o FMI com os anteriores dados – em ambos os casos não têm em conta este Orçamento do Estado – ainda mais conservadoras são", afirmou César à saída da reunião do grupo parlamentar do PS.
Para o líder da bancada dos socialistas em São Bento é importante que a UTAO se pronuncie sobre a opinião destes dois organismos (FMI e Comissão Europeias), "dissonate" da previsão que o governo inscreveu no Orçamento, já que a evolução do consumo privado é um "indicador determinante na análise para o défice e para o valor do PIB".
Carlos César confirmou ainda que o trabalho técnico que envolveu a Comissão Europeia e o governo "está concluído" e que "os desenvolvimentos observados nessa fase foram muito positivos". Falta agora a "decisão política". Ainda assim, César garantiu, em jeito de balanço, que a elaboração do Orçamento "obedece a um processo cuidado, de consulta das instituições europeias e de consulta dos nossos parceiros que apoiam o governo" no parlamento.
"É uma proposta que prosseguiu um esforço importante de aproximação aos indicadores orçamentais que resultam das nossas obrigações no quadro da União Europeia, mas também é um OE que respeita os compromissos assumidos com os partidos políticos que apoiam o governo", garantiu ainda o socialista.
O governo reúne hoje em Conselho de Ministros para aprovar a proposta de Orçamento que será apresentado amanhã no Parlamento. Também amanhã à tarde a Comissão Europeia pronunciar-se-á sobre a proposta do governo liderado por António Costa.