Desde o início do ano é que as coisas se estragaram. A 4 de janeiro ainda estavam a 2,55%. Ultrapassaram os 3% a 21 de janeiro, e continuaram a subir, atingido hoje, 19 de fevereiro, 3,71%.
Não sei explicar estas subidas abruptas desde o início do ano, que serão provavelmente fruto de mais de um fator. A saber: o “crash” das bolsas chinesas, que levou muitos investidores a afastarem-se da dívida pública dos países ditos periféricos, entre os quais Portugal (quando se vende dívida de taxa fixa as taxas de juro desses títulos sobem, e vice-versa), e, claro, as conversações com Bruxelas acerca do Orçamento de Estado.
Injusto será culpar o governo pela subida das taxas: ainda mal entraram em funções, pelo que merecem o benefício da dúvida. Mas é pena que os mercados tenham feito subir as taxas de juro de 1,5% em março para 3,7% onze meses depois. Mas os mercados financeiros, como bem sabe quem alguém tenha transacionado alguma coisa, nem sempre fazem o que nós queríamos.