Turquia culpa inimigos curdos pelo atentado em Ancara

As autoridades turcas acusaram hoje os seus adversários curdos de terem sido os autores do ataque terrorista de ontem, em Ancara, que provocou 28 mortos e mais de 60 feridos.

O Presidente Recep Erdogan e o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu apontaram o dedo ao ilegalizado partido curdo da Turquia, o PKK, e ao seu homólogo na Síria, o PYD, que rejeitaram as acusações.

“Apesar de os líderes do PYD e do PKK dizerem que nada têm a ver com o assunto, a informação recolhida pelo ministro do Interior e os serviços de informações determinaram que o ataque foi da sua autoria”, respondeu Erdogan.

Mais tarde, foi o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, a identificar um sírio de origem curda como o homem que conduzia o carro bomba que ontem embateu contra autocarros que transportavam soldados, junto do Parlamento e de edifícios militares no centro de Ancara.

“Foi determinado com um grau de certeza que o ataque foi levado a cabo por membros da organização terrorista separatista em conjunto com um membro do YPG [o ‘braço armado’ do PYD, as Unidades de Proteção Popular] que se infiltrou desde a Síria” disse Davutoglu aos jornalistas. O homem foi identificado como Salih Neccar, sírio de origem curda, de 24 anos.

A Turquia tem estado a bombardear posições curdas do outro lado da fronteira, na Síria, e tem intensificado a pressão junto dos Estados Unidos para avançar com um ataque terrestre. Ancara está preocupada com o sucesso militar e avanço no terreno dos curdos, que há décadas lutam pela independência do seu território que foi anexado por Ancara.

Mas o PYD tem sido cruciais para os EUA na luta contra o Estado Islâmico na Síria, sendo as mais eficazes no combate. Washington tem estado assim a tentar equilibrar os dois pratos da balança, mantendo o auxílio militar às forças turcas, mas com limites – tentando não afrontar o seu importante aliado turco.