Para João Paulo Correia, há muito por explicar na forma como "um banco público sem atividade durante quase 6 anos, com um reduzido montante de depósitos, onde o anterior Governo injetou 90 milhões de euros" foi "vendido pelo mesmo Governo por 38 milhões de euros a uma sociedade com poucos dias de vida" que tinha Miguel Relvas "como recém-acionista".
O deputado recorda que o Efisa pertenceu ao universo BPN até à nacionalização deste, em 2008, e conta que "antes da nacionalização, o Efisa foi cliente da KapaKonsult, consultora com a qual colaborava Miguel Relvas, que acumulava este “part-time” com a função de deputado".
"Acrescente-se que o BPN-Efisa era o único cliente da KapaKonsult2, aponta o socialista, explicando que "com a nacionalização, o Efisa passou a ser gerido pela Parvalorem, entidade presidida por Francisco Nogueira Leite, ex-administrador da Tecnoforma com Passos Coelho".
Ora, sublinha João Paulo Correia, "foi no período da presença de Miguel Relvas no anterior Governo PSD/CDS que se iniciou o processo da venda do banco Efisa".
Mais tarde, seria já sem Relvas no Governo a vez de a secretária de Estado e Maria Luís Albuquerque, Isabel Castelo Branco, a assinar um despacho que permitiu injetar 90 milhões de euros "sem que alguma vez estivesse em causa a proteção dos depositantes" – como frisa o deputado do PS.
Em Outubro de 2015, o Governo de Passos Coelho vendeu o Efisa por cerca de 38 milhões de euros à Pivot SGPS, " uma sociedade financeira constituída dias antes do prazo limite para a apresentação das propostas para a aquisição do Efisa".
Miguel Relvas foi colaborador da consultora contratada pela Pivot SGPS para a aquisição do banco e é agora acionista da própria Pivot SGPS.
"O anterior Governo de Passos Coelho despendeu 52 milhões de euros do erário público num banco que agora é de Miguel Relvas, ex-número 2 do seu Governo", denuncia João Paulo Correia, que tem muitas dúvidas sobre a forma como tudo se passou.
"Se não estavam em causa os depósitos, será que este “assalto” ao Efisa terá tido a ver com o facto de este banco ter licença bancária para operar em Portugal, Angola, Moçambique e Brasil? E terá isso levado a que o anterior Governo tenha injetado 90 milhões de euros no Efisa para vendê-lo a “interessados”?", questiona o deputado.