Se PSD e CDS foram acusando de irrealismo a proposta de Mário Centeno, PS, BE, PCP e PEV defenderam um Orçamento que todos à esquerda consideraram pior do que o esboço orçamental inicialmente apresentado em Bruxelas.
Coube a Eduardo Cabrita encerrar o debate sobre o Orçamento do Estado, com a resposta à pergunta que a direita tem lançado insistentemente desde o início do debate. Afinal, quais são as medidas adicionais de um plano B para o caso de derrapagem orçamental? "O nosso plano A é aprovar este Orçamento e o plano B é executá-lo com rigor", afirmou o ministro adjunto, que foi ao Parlamento defender que "este é o Orçamento da mudança" e da "alternativa progressista e solidária ao extremismo da direita".
Para Cabrita, este é "um tempo novo" no qual fica para trás "uma obsessão por que entidades externas decidam as escolhas que cabe aos portugueses fazer".
"É uma vitória da democracia", frisou o ministro, que vê neste Orçamento "um sinal de que vale a pena ter voz própria na Europa" e a prova de que "é possível ter uma base social e parlamentar sólida para um caminho de compromisso e de estabilidade, no respeito pela pluralidade dos partidos" que aprovam o Orçamento.
"Este é o Orçamento da reposição dos rendimentos retirados em permanente e obstinada ofensa à Constituição. É o Orçamento do regresso do investimento privado e público, diabolizado por quatro anos de recessão. É o Orçamento onde a prioridade ao emprego prevalece sobre a emigração como destino e fatalidade da geração mais qualificada de sempre", declarou Eduardo Cabrita.
E para os que "torceram para que a base parlamentar que apoiou a constituição do Governo se desintegrasse" na preparação do Orçamento, Cabrita tem uma resposta: "Enganaram-se redondamente".