Segundo o SOL apurou, o processo envolvendo Manuel Vicente é o único que é visado nesta investigação a Orlando Figueira.
Atual vice-Presidente da República de Angola, Vicente era na altura da abertura do inquérito em causa, em 2011, presidente da petrolífera Sonangol. O inquérito foi aberto no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e atribuído a Orlando Figueira, na sequência de uma série de alertas bancários de elevadas transferências de dinheiro feitas por Manuel Vicente para Portugal, para comprar apartamentos no edifício Estoril Residence. Orlando Figueira acabou por arquivar este inquérito, o que teve como efeito o descongelamento do dinheiro e dos bens.
Descobriu-se, entretanto, que o magistrado recebeu transferências de dinheiro em contas de que é titular no Banco Privado Atlântico (instituição angolana), transferências essas feitas através da Primegest, uma sociedade cujo capital pertence à Sonangol. O arquivamento do inquérito a Manuel Vicente foi decidido por Orlando Figueira antes de obter uma licença sem vencimento de magistrado, com efeitos a partir de 1 de setembro de 2012.