De acordo com a União Europeia, o Estado português tem até agosto de 2017 para vender o BES. O mercado bancário português, que já foi muito fragmentado, hoje é dominado por cinco grandes bancos: CGD, BCP, Novo Banco, Santander Totta e BPI. O ex-presidente do BCP, banco que cresceu por aquisições (Banco Português do Atlântico, Banco Mello), o Eng.º Jardim Gonçalves, dizia: “todos sabem o grau de concentração que eu defendo para o sistema bancário português: a máxima possível.”
De facto, há vários anos que oiço dizer que em Portugal bastariam existirem três grandes grupos bancários. O que nos leva ao Novo Banco: se ninguém o quiser comprar, como será? Pois bem, nacionalize-se o Novo Banco e funda-se com a CGD, que verá reforçada a sua posição de maior banco português. O Engº Jardim Gonçalves ficará porventura contente por a sua tese de aumentar a concentração no mercado bancário português validar-se, mas talvez fique um pouco triste por o maior banco, de longe, ser estatal.
O PCP trouxe à baila uma possível nacionalização do Novo Banco, e o PS, pela voz de João Galamba, não descartou essa hipótese. Que o sistema bancário nacional precisa de um banco forte do Estado é uma posição hoje, depois da crise financeira mundial que começou em 2008, praticamente consensual. CGD + NB serão ambos estatais, o que não quer dizer que estejam condenados a darem prejuízos, como prova a CGD. E nacionalizar um banco (aliás, ele já pertence aos contribuintes) é preferível a deixa-lo falir, como foi abundantemente sentido com o caso do Lehman Brothers.