Estados Unidos e China acordaram ontem a imposição de novas sanções económicas à Coreia do Norte devido ao teste nuclear realizado no início do mês, que continua a alimentar uma guerra de palavras entre o regime de Kim Jong-un e os vizinhos da Coreia do Sul.
O texto, que deverá ser aprovado “nos próximos dias” no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mostrará uma “resposta internacional forte e unida às provocações da Coreia do Norte” através de uma resolução que “irá além das anteriores”, explicou o porta-voz do Conselho de Segurança dos EUA, Ned Price.
O norte-americano garante que Washington e Pequim “concordaram que não aceitarão uma Coreia do Norte com arsenal nuclear”, que dizem ser o objetivo principal do teste realizado no dia 7 – que Pyongyang garante ter tido apenas “fins pacíficos” por se tratar do lançamento de um satélite. “Esperamos e acreditamos que esta resolução irá refrear o desenvolvimento de mísseis nucleares na Coreia do Norte”, confirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.
A decisão, anunciada durante a visita do MNE chinês, Wang Yi, a Washington, surge num momento em que a guerra de palavras na península coreana ganha uma nova dimensão: o comando supremo do exército norte-coreano emitiu um comunicado na terça-feira em que avisava estar pronto a atacar se observasse “o mais pequeno movimento” de tropas sul-coreanas e norte-americanas. Referia-se à realização anual de exercícios militares conjuntos dos dois inimigos, anunciados por Seul para o início de março e como os “maiores de sempre”. Como novidade têm o facto de se tratar de um “treino de ataque”, quando nos últimos anos se anunciava um exercício de preparação de defesa.
O regime de Kim Jong-un diz que EUA e Seul planeiam o “colapso do regime socialista” através de uma “operação de decapitação”. E garante que o primeiro alvo da sua resposta será a Casa Azul, residência oficial de Park Geun-hye. A presidente sul-coreana – que tem sido apelidada de “avó senil” e “mulher perversa” na agência estatal do Norte – respondeu garantindo que Pyongyang acabará por lamentar qualquer uso da força, pois enfrentará uma “resposta planeada e preparada” que levará ao “colapso” de um regime que Park considera “um reino de terror”.