Telecomunicações. Como escolher o melhor serviço e o mais barato

Os serviços de pacotes têm vindo a ganhar cada vez mais terreno. Os clientes lidam apenas com um operador e os preços são mais atrativos.

Mais de três milhões de clientes tinham subscrito pacotes de serviços de telecomunicações no final de 2015. As contas são da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) e este número representa uma subida de 10% em relação a 2014. Ainda assim, revelam que as novas subscrições desaceleraram. 

A redução do número de subscritores foi mais sentida no double play (internet e telefone fixos) e no triple play (telefone fixo, internet fixa e televisão). Já nas modalidades quadruple (internet fixa, telefone fixo, telefone móvel e televisão) e quintuple play (internet fixa, internet móvel, telefone fixo, telefone móvel e televisão) a tendência foi inversa. Aliás, a última foi a que mais cresceu em 2015, com um aumento de 28% do número de assinantes.

O preço mais barato/preços mais baixos continua a ser o principal motivo de seleção do prestador de serviços em pacote. A receita média mensal por subscritor foi de 40,61 euros, sendo de 24,20 euros nas ofertas 2P (double play), 33,42 euros nos pacotes 3P (triple play) e 56,34 euros nos pacotes 5P (quintuple play). 

Pacotes de serviços A verdade é que os pacotes de serviços têm muitas vantagens. Os consumidores lidam com um único operador, recebem uma só fatura e, principalmente, os preços são mais atrativos. Mas para isso é importante que o serviço escolhido seja o mais adequado. Se, por exemplo, nunca usa o telefone fixo, pode não justificar-se adquirir um pacote com esse serviço. No entanto, a maior parte das operadoras oferece preços mais atrativos quando o telefone está incluído.

O certo é que as ofertas são diversificadas, o que torna cada vez mais difícil a escolha, mas se está no mercado à procura da melhor e mais barata operadora para as telecomunicações do agregado familiar, é preciso analisar quais os serviços de que realmente precisa. 

De acordo com os últimos dados da ANACOM, a modalidade de pacotes de serviços mais utilizada continua a ser o 3P, com 41,6% do total, seguindo-se o 5P, com 38,4%, e o 2P com 15,4%. Feitas as contas, os pacotes 3P têm 1,35 milhões de subscritores, enquanto o 5P tem 1,2 milhões de clientes. “Em 2015 assistiu- -se à redução do número de subscritores nos pacotes 2P e 3P e ao aumento de subscritores nos pacotes 4P e 5P, sendo esta última modalidade (5P) a que mais cresceu em 2015, 28%”, revela a autoridade. 

A explicação é simples: os consumidores preferem os pacotes triple play, que agregam os três serviços de telecomunicações de casa numa só fatura. No entanto, as operadoras estão a apostar fortemente nas ofertas quádruplas. 

No entanto, antes de subscrever uma oferta desta natureza, faça contas aos gastos que o agregado familiar tem com o telemóvel. Tenha ainda em atenção que o tráfego de internet móvel destas ofertas é, na sua maioria, reduzido (ronda os 200 MB) e, como tal, poderá não satisfazer as necessidades de utilização de cada pessoa caso utilizem a internet com bastante frequência, o que implica pedir tráfego extra e aumentar a conta a pagar. 

Além disso, deve ter em conta se o preço da box está incluído na mensalidade. Caso contrário, deverá acrescentar esse valor na análise que fizer no caso de estar a pensar em subscrever esta modalidade, de forma a ter uma noção real do preço que irá pagar. 

Reclamações Problemas com o período de fidelização, faturação e qualidade de serviço, mudança de operador e consequente dificuldade em cancelar e dupla faturação, práticas comerciais desleais nos contratos ao domicílio e à distância (vendas agressivas) e incumprimento das campanhas promocionais são as principais reclamações feitas pelos consumidores relativamente ao setor das telecomunicações. Só nos primeiros seis meses do ano passado, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) recebeu mais de 21 mil queixas.

A aposta das operadoras na oferta de serviços triple (televisão, internet e telefone fixo) e quadruple play (televisão, internet, fixo e móvel) motivou grande parte destas reclamações nos últimos meses

Também a ANACOM recebeu mais de 78 mil reclamações, o que representa um aumento de 8,9% face ao ano anterior. As questões contratuais, os equipamentos e a faturação representam 66% das queixas.