O requerimento já foi entregue e tem o objetivo de apurar que diligências estão a ser feitas para uma venda do Novo Banco, que bloquistas e comunistas já avisaram considerarem uma má solução para um banco no qual o Estado já injetou 4,9 mil milhões de euros.
Segundo o Diário Económico e o Jornal de Negócios, António Costa continua a tentar encontrar um comprador e os espanhóis Santander e CaixaBank e fundos norte-americanos são os mais bem posicionados, caso se opte por uma venda direta a investidores. Outra opção em estudo é a dispersão de capital em bolsa.
Mas os bloquistas estão preocupados com o impacto que estes negócios podem ter no futuro da banca. “Os investidores que procuram este tipo de operações são fundos de investimento internacionais em busca de um ativo com elevado potencial de rentabilidade e valorização, e não de um projeto estratégico de longo prazo. A dispersão do capital em bolsa acrescentará instabilidade à instituição financeira”, lê-se no requerimento apresentado pela deputada Mariana Mortágua.
Recorde-se que Mariana Mortágua já tinha, em entrevista ao Público, avisado que a venda do Novo Banco poderia trazer problemas à esquerda. “Só haverá desentendimento se o PS decidir vender”, afirmou a deputada, que deixou claro que essa decisão nunca terá o apoio dos bloquistas. “Não será com o voto do BE que pode ser tomada a decisão de se vender um banco, quando já se sabe que essa é uma decisão má para os contribuintes. O Governo não devia vender o Novo Banco, nem agora, nem nunca”.
No PCP, também nem se quer ouvir falar na hipótese de venda do Novo Banco. Os comunistas anunciaram mesmo uma proposta com vista à nacionalização do banco. “É fundamental que, já que pagámos o banco, ao menos que fiquemos com ele”, afirmava o deputado do PCP Miguel Tiago, no segundo dia do debate parlamentar da proposta de Orçamento do Estado para 2016.
Costa faz road show para mostrar boa vontade a Bruxelas Costa conseguiu com Bruxelas um adiamento do prazo para a venda do Novo Banco, que pode agora concretizar-se até Agosto de 2017. Mas, segundo o Jornal de Negócios, Sérgio Monteiro, indicado pelo Banco de Portugal para concretizar a venda, já está a ultimar o projeto de prospeto da oferta inicial de venda do Novo Banco, que será entregue em abril na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O Diário Económico acrescenta ainda que o Banco de Portugal vai fazer um ‘roadshow’ pelas principais praças financeiras da Europa e da América do Norte, na segunda quinzena de Março, para encontrar potenciais compradores.
Segundo o Diário Económico, estas diligências são uma forma de demonstrar a Bruxelas que a prorrogação do prazo não se traduz numa falta de empenho em vender o Novo Banco.