A candidata à sucessão de Paulo Portas diz que vai ser o rosto de uma "liderança irreverente, sem medo de tocar em temas difíceis". Mas não quer ficar sozinha na construção das propostas políticas do CDS e , por isso, vai "dar autonomia ao gabinete de estudos" do partido à frente do qual ficará Diogo Feio.
É que se Cristas promete fazer "este trabalho de formiguinha" de andar a ouvir as pessoas, acha que essa atividade não deve ser dissociada do "estudo reflexivo que deve ser feito".
Cristas, que andou pelo país nesta caminhada para a liderança, diz que vai continuar a viajar por Portugal para ouvir os portugueses. "Continuarei a fazer essas voltas. Não apenas para participar em jantares festivos ou cerimónias bonitas, mas também e sobretudo para vos ouvir e para debater convosco", prometeu, explicando que "não há ninguém excluído" neste novo ciclo do CDS e que quer ver as sedes, a começar pelo Caldas, mais ativas e com debates permanentes.
"Havemos de ser um rodopio de gente", diz Assunção, que quer "ter o Largo do Caldas mobilizado, motivado, em com ações".
"Formação política, formação autárquica, ligação aos nossos jovens" fazem parte do programa de liderança de Cristas, que quer simplificar a forma como o partido fala com os eleitores.
"Simplificação das nossas mensagens" e "ações concretas" são o passo seguinte desta mudança que Assunção Cristas quer operar no partido, confiante de que com o fim da lógica do voto útil, o CDS poderá ganhar. "Somos os melhores em política em Portugal porque somos nós que temos as melhores soluções", acredita.
Em todo o discurso, Assunção deixou claro que conta com todos e frisou a importância da união. "Estamos unidos em torno de um foco comum", diz a centrista. As palavras e os gestos, na forma como desenhou a nova direção, tentando um equilíbrio entre renovação e união, são importantes porque apesar de não haver adversários nesta corrida à liderança, nos bastidores o partido não está tão unido como parece à superfície. E há mesmo quem ache que Cristas pode não ter vindo para durar e quem acredite que Portas continuará, mesmo na sombra, a influenciar os destinos do partido.