Ribeiro e Castro: “É falso que ganhámos as eleições”

Ribeiro e Castro foi hoje ao Congresso do CDS dizer o contrário do que a direita tem defendido desde as eleições de 4 de outubro.

"É falso que ganhámos as eleições", disse o ex-líder centrista, depois de durante o dia Nuno Melo e Nuno Magalhães terem voltado a lamentar a vitória "de secretaria" de António Costa nas legislativas.

Isolado contra a tese dominante tanto no CDS como no PSD, o centrista desconstruiu a tese de que o governo das esquerdas é ilegítimo. "O que é se passou?, perguntou o ex-deputado, respondendo que "ninguém ganhou as eleições" e defendendo que a forma como Costa chegou ao poder é não só legítima do ponto de vista constitucional como político.

Ribeiro e Castro foi mesmo contra a tese de Assunção Cristas e Paulo Portas segundo a qual a solução da geringonça matou o voto útil. "Eu creio que não é assim. Vamos com calma", pediu o militante, que expôs a contradição de defender que esta solução é ilegítima e admitir que pode vir a ser usada pelo CDS por ter acabado com a lógica do voto útil.

"Se achamos que esta solução é ilegítima, quando chegarmos a eleições, não podemos querer para nós próprios uma solução ilegítima", argumentou, lembrando que essa tese nunca foi historicamente a do CDS, mas sim a do PSD e do PS.

Ribeiro e Castro lembrou mesmo que esse argumento foi usado pelo líder social-democrata nas legislativas de 2011 num debate entre Passos Coelho e Paulo Portas, no qual o presidente do PSD admitiu vir a formar governo numa distribuição de votos que garantisse a maioria à soma dos votos à direita, mesmo que o PS fosse o mais votado.

Apesar de o que disse estar longe de ser pacífico à direita, não houve na sala do Pavilhão Multiusos de Gondomar qualquer reação às palavras de Ribeiro e Castro.