A sua biografia, a sua qualidade de mãe e mulher, a sua personalidade fazem parte do que tem para dar ao CDS. Mas sabe que isso não chega. Por isso e depois de ter sido acusada em surdina pelos corredores do Congresso do CDS de ter proclamações a mais e ideias a menos, apresentou hoje quatro prioridades que quer pôr na agenda política.
Reforma da Segurança Social
À cabeça surge a reforma da Segurança Social. Assunção quer que a "organização do tempo das nossas vidas ativas" seja mais flexível. Quer que seja possível fazer "paragens ao longo da vida ativa" para conciliar trabalho e família, ao mesmo tempo que pede a possibilidade de uma "passagem progressiva para a reforma" para permitir um "envelhecimento ativo".
Cristas sabe que a sustentabilidade financeira do sistema de Segurança Social é um problema e está disposta a discutir soluções. Não apresentou uma ideia fechada, mas lançou o desafio para o diálogo ao PS. "Se o PS recusar, cairá a máscara a António Costa".
Supervisão da banca
O segundo ponto na lista das prioridades da líder centrista foi trazido para o debate ontem por Paulo Portas no seu discurso ao Congresso: os sistema de regulação e supervisão bancária precisa, na opinião de Cristas, de ser reformado.
"O modelo de regulação tem mostrado deficiências", disse Cristas que, com Passos Coelho na sala, evitou pessoalizar o que tem corrido mal em Carlos Costa. Esse é o subtexto de uma estratégia centrista para descolar dos sociais-democratas, mas hoje Assunção não quis hostilizar o seu parceiro natural de coligação e preferiu atacar "a partidarização" do assunto que acha ter sido feita… pelo PS.
Reforma laboral
No terceiro lugar da agenda de Cristas está uma reforma do sistema laboral que permita a aproximar os regimes dos setores público e privado. A líder do CDS acha que não faz sentido uns trabalharem 40 horas e outros 35. Mas quer também que qualquer português possa aderir à ADSE, caso assim o deseje.
Apoio às empresas
No quarto ponto, outro tema caro aos centristas: a eliminação de obstáculos às empresas na fiscalidade, na simplificação de procedimentos, na redução dos custos de contexto e no apoio à atração de investimento estrangeiro.