Portas é um “jarrão chinês”?

Paulo Portas não queria roubar o palco a Assunção Cristas, mas era impossível que a saída de cena de alguém que foi líder durante 16 anos não marcasse o Congresso do CDS. 

No último dia da reunião magna, Portas teve um desabafo sobre a dificuldade de dar espaço à nova liderança depois de se marcar tanto o partido.

"Os ex-presidentes são como os jarrões chineses. São muito bonitos, mas ninguém sabe onde os pôr", disse em tom jocoso, enquanto procurava um lugar para se sentar no Pavilhão Multiusos de Gondomar, já com as câmaras desligadas.
Paulo Portas sabe que não será um jarrão chinês, porque não falta quem no CDS espera que fique por perto, dando conselhos.

"Portas é o melhor do CDS. Espero que ele continue a dar os seus conselhos", pediu Nuno Melo durante o Congresso. "Paulo Portas vai andar por aqui", garantiu Nuno Magalhães, admitindo que "não sendo presidente, vai continuar a ajudar" com o seu "talento, brilhantismo, amizade e sentido de Estado". 

Dizendo-se entusiasmado por começar uma vida nova aos 53 anos, Portas explica que se vai dedicar à vida profissional fora da política e que "esse desprendimento é muito importante".

Promete dizer em breve o que vai fazer, mas vai adiantando que "serão várias coisas". Por agora, quer que deixem de falar dele. "Agora, o relevante é o futuro", mas sabe que dificilmente será assim.