Ministro vê apoio em manifestações de agricultores

        

Capoulas Santos está hoje em Bruxelas para um Conselho de Agricultura. Garante que vai para defender os Agricultores portugueses, apesar de considerar que se trata de uma "tarefa difícil". E diz que interpreta as manifestações como a de sexta-feira dos produtores de suínos ou a de hoje dos produtores de carne e leite como uma forma de apoio.

"Eu interpreto também o seu protesto como uma manifestação de apoio às posições que eu estou aqui a tomar, já que as posições que estou aqui a tomar são para os defender", disse o ministro da Agricultura, lembrando que os protestos a que agora se assiste em Portugal fazem parte de um movimento que tem varrido a Europa, com cada vez mais agricultores descontes com os baixos preços de venda e as consequências do embargo da venda de produtos alimentares à Rússia.

"O facto de os agricultores estarem a protestar em Portugal, como estão hoje aqui a manifestar-se em Bruxelas, como se manifestaram em Helsínquia, como se manifestaram em Paris, como estão a manifestar-se noutros pontos na Europa, demonstra aos governos e à Comissão Europeia que há um problema e que esse problema tem de ser resolvido ou temos de encontrar soluções para pelo menos o suavizar", sublinhou Capoulas no dia em que decorre em Portugal uma manifestação de produtores de leite e de carne, anunciada como "a maior alguma vez realizada pelo sector em Portugal".

O ministro lamenta que muitos países defendam na Europa que a solução passa por "dar autorização aos governos para utilizarem dinheiros nacionais para apoiarem os seus agricultores", porque Portugal não tem condições financeiras para resolver o problema dessa forma.

"Isso é fácil para quem tem excedentes orçamentais", mas "é uma tarefa impossível" para quem, como Portugal, "vive ainda momentos de grande constrangimento", argumentou o governante.

Segundo Capoulas Santos, a solução tem de ser encontrada entre os agricultores, a indústria que transforma os produtos e a distribuição, com conjunto com o Governo e a União Europeia.

"No que me diz respeito, eu vou bater-me aqui por encontrar soluções europeias, estou a preparar soluções nacionais, e espero também que, quando voltar a Portugal e voltar a reunir-me com o sector, que a indústria e a grande distribuição também apresentem as suas propostas para ajudarem a resolver este problema, que é de todos. Eu estou a fazer aquilo que me compete", prometeu.