As duas partes continuam em negociações sobre uma solução para o impasse no BPI, que se arrasta há um ano. O Banco Central Europeu deu ao BPI até 10 de abril para reduzir a sua exposição aos negócios angolanos, caso contrário tem de pagar uma multa diária de até 162 mil euros e é penalizado nos rácios de capital.
Os dois principais acionistas passaram o último ano numa guerra que parece aproximar-se do fim. O CaixaBank começou por propor uma cisão dos negócios em Angola, que passaria pela criação de uma “holding” independente detida pelos acionistas do banco. Isabel dos Santos rejeitou e propôs antes a compra de 10% do BFA ao BPI, por 140 milhões de euros. Como a empresária tem 49,9% do banco angolano, através da Unitel, a empresária angolana ficaria com o controlo da instituição.
Os dois principais acionistas do BPI já tinham indicado que havia «contactos para um solução equilibrada que ajuste os devidos interesses de todas as partes envolvidas». Ainda não houve resultados, mas há cada vez mais expetativas para um desfecho positivo.
O que é certo é o que acordo o acordo não está fechado, mas no mercado cresce a expectativa que será encontrada uma solução nos próximos dias.
O representante da família Violas, um dos acionistas históricos do BPI, Tiago Violas Ferreira frisou recentemente à Bloomberg que «as acções do BPI não reflectem o valor real do banco» – dando a entender que terá de haver um prémio face ao atual valor do BPI em bolsa.
Os analistas da Haitong (ex-BESI) antecipam que o BPI suba a parada e dizem que os 1,329 euros serão o máximo que o CaixaBank deverá oferecer pelas acções do banco português, já que foi o preço da OPA falhada lançada no ano passado.
Como Isabel dos Santos tem 18,58% do BPI mas as negociações envolvem também a posição de cerca de 2,28% do BIC, os 1,329 indicados pelo Haitong valorizam a posição total da empresária em 432 milhões de euros. A empresária investiu cerca de 250 milhões nesta posição.