O irredutível Jonas

Bebedouro é uma espécie de Gália. A terra de São Paulo, Brasil, viu nascer Jonas, que vestiu a pele de um irredutível gaulês. Na Europa, este bebedourense não arreda pé do topo da lista de melhores marcadores, nem com a ameaça de nomes como Cristiano Ronaldo, Higuaín, Messi ou Luis Suárez.

Dado como desaparecido – andou por clubes como o Guarani, Santos Grémio, foi emprestado à Portuguesa, até chegar à Europa e ao Valência. Não vingou em nenhum deles até chegar em 2014 ao Benfica. Com 1,81m e pouca fama foi-se manifestando com golos. Na primeira temporada foi o segundo melhor marcador com 21 golos (a isto ainda somou 9 assistências), mas ficou a um golo do portista Jackson Martínez.

É agora, na segunda época, que a Europa está a reparar no mais letal atirador dos campeonatos europeus. A alcunha ‘Pistolas’ começa a revelar-se. Com os dois golos marcados na última jornada ao Tondela elevou para 28 o total no campeonato, deixando-o isolado no topo dos melhores marcadores, ultrapassando Higuaín e Ronaldo. Passou a ser o melhor marcador do Benfica neste século, deixando para trás Oscar Cardozo, que tinha marcado 26 golos na temporada 2009-10, naquele que foi o melhor registo do paraguaio em Portugal: só Jardel tem melhor registo que o avançado do Benfica, quando terminou a época 2001-02 com 42 golos e o título de campeão com o Sporting. Na Luz, Jonas é o melhor desde Mats Magnusson, com 33 golos em 1989-90 (o sueco tinha também tinha 28 golos à 26.ª ronda).

Sozinho, Jonas tem mais golos que Tondela (22), Académica (26), União (18) e Boavista (20) – os axadrezados são o próximo adversário do brasileiro na Liga. Ao pistoleiro ficam a faltar apenas as balas nos jogos grandes (em 6 clássicos esta época ficou sempre em branco).

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