Os lesados do Grupo Espírito Santo (GES) vão assinar hoje um memorando de entendimento com todas as entidades envolvidas para resolver de vez o problema do reembolso de parte da dívida que têm do antigo grupo de Ricardo Salgado, apurou o SOL. No início de maio será discutido o modelo de solução propriamente dito.
Depois de avanços numa reunião da semana passada, chegou-se a um entendimento entre as várias partes, como o SOL indicou na última edição. Assim, na próxima semana será assinado um memorando de entendimento formal entre Governo, Banco de Portugal (BdP), Comissão do Mercados dos Valores Mobiliários (CMVM), Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), além do Novo Banco e do BES.
Nesta fase, o compromisso é simples: todos os envolvidos aceitam avançar para um procedimento de conciliação. Mais tarde, serão definidos os montantes a pagar aos lesados e que instrumentos financeiros podem ser usados para financiar o reembolso.
Recorde-se que existem mais 2.000 subscritores de papel comercial de empresas do GES, mas neste grupo estão investidores com milhões de euros aplicados naquelas aplicações, onde a falta de conhecimento sobre o risco das aplicações é difícil de sustentar. Estes poderão ser excluídos da solução, por exemplo.
Antes de ser intervencionado, a 4 de agosto de 2014, o BES tinha feito provisões para assegurar o pagamento a estes clientes, por exigência do Banco de Portugal. No entanto, cinco meses depois da intervenção, o BdP indicou que estes clientes não estavam no Novo Banco, mas sim no BES ‘mau’. E, como tal, não haveria lugar a qualquer pagamento.