A ideia de reduzir a duração dos congressos chegou a ser considerada para o conclave que decorre desde sexta-feira em Espinho e que serviu para a consagração de Passos Coelho como líder do PSD, depois de vencer as eleições diretas com 95% dos votos. Mas a direção do partido decidiu manter o figurino para já. O próximo congresso, que ao que tudo indica será em 2018, já deverá ficar reduzido a dois dias.
A alteração ao modelo de organização das moções é também uma hipótese em cima da mesa. Passos é entusiasta de um modelo de organização sectorial (Educação, Saúde, Justiça) em vez de distrital (como agora é genericamente organizado). Ou seja, o líder do PSD quer envolver o partido na discussão de propostas para os mais variados sectores e que devem juntar militantes de todo o país e de todas as distritais na sua apresentação e defesa.
Desde 2006, ano que Marques Mendes, então líder do PSD, introduziu as diretas para a eleição do líder, que o modelo de congresso tem vindo a ser questionado de forma mais ou menos assumida. Nuno Morais Sarmento foi à época um dos maiores críticos do modelo que isola a eleição do presidente do partido da data dos congressos, que têm servido apenas para a consagração da liderança, sem espaço para confrontos.
José Eduardo Martins, crítico do passismo, subiu ao palco do 36.º Congresso do PSD, que está a decorrer este fim de semana em Espinho, e não evitou referir-se ao conclave como uma "convenção", muito mais do que um congresso.
Ao que tudo indica, Passos não deverá propor o regresso aos congressos electivos. Mas tem em cima da mesa a possibilidade de os reduzir para dois dias e torna-los mais produtivos, mais profundos e com capacidade de envolver mais mais e diferentes militantes em torno de várias propostas de debate.