“Sou um homem pacífico, nunca bati em ninguém. Não reagi a opiniões, reagi a insultos. Peço desculpa se os assustei." Foi com este SMS, que João Soares respondeu ao Expresso sobre a polémica que está a agitar o meio político.
Ao início da tarde, quando Soares reagiu, já o post no Facebook em que tinha oferecido bofetadas ao crítico cultural do Público Augusto M. Seabra e a Vasco Pulido Valente, colunista do mesmo jornal, tinha acumulado quase um milhar de comentários – com muito ataques pessoais a João Soares. E o post foi partilhado por mais de 1100 pessoas, entretanto.
A promessa de bofetadas a Augusto M. Seabra era antiga, segundo João Soares. “Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cuzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte”, escreveu no Facebook, onde costuma também divulgar iniciativas da sua actividade como governante.
“Lá chegará o dia. Ele tinha, então, bolçado sobre mim umas aleivosias e calunias. Agora volta a bolçar, no "Publico". É estória de "tempo velho" na cultura”, justificou João Soares, que estendeu a Vasco Pulido Valente a promessa de bofetadas. “Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também”.
Vasco Pulido Valente que reagiu, hoje, dizendo que está à espera que João Soares concretize a ameaça.
Politicamente, o post de João Soares desencadeou vários pedidos de demissão. O vice-presidente da bancada do PSD, Sérgio Azevedo, e Simão Ribeiro, líder da JSD, usaram também o Facebook para exigir a saída do ministro da Cultura.
À esquerda, Daniel Oliveira, actual comentador, mas ex-dirigente do BE e do Livre, pediu a demissão igualmente. “Depois deste post, João Soares tem de se demitir, António Costa tem de se demarcar desta ofensa à democracia e os partidos que sustentam o Governo têm de ser muitíssimo claros”, escreveu na sua página do Facebook.