De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, as ‘luvas’ provinham de obras superfaturadas à Petrobas – ou seja, a petrolífera pagava valores superiores aos reais – e o esquema de pagamento ganhou maior proporção a partir das obras na fábrica de Belo Monte.
As contrapartidas ao Partido dos Trabalhadores – para financiar a campanha de 2014 – teriam ainda tido origem em trabalhos feitos nas instalações de Angra 3 e do Complexo Petroquímico do Rio (o Comperj).
Apesar de o pagamento de campanha ter sido registado na justiça federal – como sendo um financiamento legal – com esta denúncia percebe-se que se tratava afinal de uma espécie de ‘luvas’, uma vez que os montantes tinham sido desviados da petrolífera estatal.
Comprovadas as acusações, estes seriam dos indícios mais consistentes de que Dilma e o vice-presidente Michel Temer beneficiaram dos desvios da Petrobras. Ainda assim, segundo a imprensa brasileira, a análise do caso nos tribunais poderá durar pelo menos um ano.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, reagiu às revelações de ontem: “Quero, nesta oportunidade, reafirmar a forma lícita, a forma transparente com que a campanha da presidente Dilma arrecadou em 2014. Se o conteúdo da delação divulgado pela imprensa existe, ele não tem lastro na verdade”. O ministro fez ainda questão de relembrar que as contas da campanha da Presidente brasileira foram todas apresentadas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É impossível colocar sob suspeita uma doação que é legal, uma doação que saiu da caixa de uma empresa de forma declarada e essa doação foi aprovada pelo TSE”, acrescentou Edinho. “A empresa doou na mesma média que as demais empresas que fizeram doações para a campanha da Presidente Dilma”.
Caso estas suspeitas sejam confirmadas, será mais um problema para Dilma Rousseff. Até porque as revelações agora feitas podem influenciar o processo de impeachment, que vai ser votado nos próximos dias.