O banco catalão Caixabank notificou, esta segunda-feira, o regulador do mercado acionista espanhol da conclusão das negociações sobre o BPI com os angolanos da Santoro Finance, mas não adiantou a solução encontrada ou acordada.
"Com relação à sua participação no Banco BPI, o CaixaBank informa que se retomaram as negociações com a Santoro Finance para encontrar uma solução para a situação de concentração de risco do Banco BPI. As referidas negociações foram concluídas satisfatoriamente na data de ontem [domingo]", indica o banco, detentor de 44,1% do BPI.
Já esta manhã, o regulador da bolsa portuguesa suspendeu a negociação das ações do BPI, aguardando "informação relevante" do banco português, nomeadamente sobre a solução encontrada entre os seus dois acionistas.
O BPI anunciou no domingo que as negociações entre o CaixaBank e a Santoro Finance para encontrar uma solução para a "situação de incumprimento pelo banco BPI do limite de grandes riscos" tinham terminado "com sucesso".
“O Banco BPI torna público ter sido informado pelo CaixaBank, S.A. e pela Santoro Finance – Prestação de Serviços, S.A. que se encerraram hoje com sucesso as negociações que os envolveram para encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite de grandes riscos. Esta solução foi já comunicada ao Banco Central Europeu e ao Banco de Portugal e encontra-se vertida num conjunto de documentos contratuais que serão apresentados aos órgãos sociais competentes nos próximos dias e que, tão logo sejam aprovados, serão comunicados ao mercado”, adiantou ontem em comunicado.
Também o BPI não adiantou pormenores em relação ao que foi acordado. No entanto, Marques Mendes afirmou que uma das condições para a saída da angolana do capital do BPI passaria pela entrada do Banco Fomento de Angola (BFA) na bolsa de Lisboa, através da Unitel.
As negociações decorreram ao longo do dia de ontem, mas o acordo foi fechado quase no final do prazo dado pelo BCE. Recorde-se que se as entidades não tivessem chegado a acordo hoje, o BPI arriscava uma multa de 160 mil euros diários.
Também António Costa disse, este fim de semana, que estava confiante na resolução do problema. “Não há nenhuma razão, neste momento, para não confiar que as partes vão chegar a um entendimento em tempo útil [até domingo]”, revelou numa entrevista à TSF e DN.
Angola está na lista de países que o BCE considera não terem supervisão equivalente às práticas europeias, razão pela qual impôs, há um ano, o prazo de 10 de abril para que o BPI reduzisse a sua exposição ao mercado angolano.