Gigantes norte-americanos esconderam mais de 1,24 biliões em offshores

Vários gigantes dos EUA esconderam mais de 1,24 biliões de euros em offshores. O alerta é feito por um relatório divulgado, esta sexta-feira, pela Oxfam. O documento fala de uma “rede opaca e secreta de 1.600 subsidiárias não reveladas” para fugir ao pagamento das taxas de impostos obrigatórias nos Estados Unidos.

"Estas companhias usam uma rede opaca e secreta de 1.600 subsidiárias não reveladas em paraísos fiscais para acumular cerca de 1,4 biliões de dólares (1,24 biliões de euros) em offshores", revela a organização de combate à pobreza, acusando os políticos norte-americanos de ajudarem a esconder a realidade. 

Com lucros acumulados de 3,55 biliões de euros entre 2008 e 2014, empresas como a Apple, Google e Walmart, pagaram cerca de 89 mil milhões de euros em impostos em todo o mundo. O valor parece bastante elevado, mas a verdade é que fica pouco acima dos 25% de taxa efetiva, ao invés dos cerca de 35% que deveriam ter sido cobrados.

Para além de pagarem menos impostos do que seria normal, as 50 maiores empresas dos Estados Unidos obtiveram 9,9 biliões de euros ajudas estatais em todo o planeta, através de empréstimos bonificados, garantias de financiamento e apoio anti-falência, para além de 399 mil milhões de euros em alívios fiscais concedidos em vários países.

A Oxfam explica como estes benefícios foram concedidos utilizando uma estatística preocupante: as grandes empresas gastaram cerca de 2,3 mil milhões de euros em campanhas de pressão política para conseguir legislação mais favorável, com sucesso em grande parte dos casos.

"Os criadores de polticas nos EUA e um sistema fiscal internacional que não funciona permitem a evasão fiscal das corporações multinacionais que está a contribuir para menosprezar o tecido social e limitar o crescimento económico", acusa a Oxfam antes de concluir: "A fuga aos impostos das empresas multinacionais custa 111 biliões de dólares (98,5 biliões de euros) todos os anos aos Estados Unidos e tira 100 biliões de dólares (88,7 biliões de euros) dos países mais pobres, impedidndo investimentos cruciais em educação, saúde, infraestruturas e outras formas de redução de pobreza".