No Facebook, a indignação está expressa na página do partido. “Cobre-nos de vergonha esta decisão da Câmara Municipal da Amadora”. João Castanheira, líder da bancada do CDS na Assembleia Municipal diz que "ter o desplante de atribuir a uma praça da cidade o nome de Hugo Chavez é ultrapassar todos os limites".
A praça/rotunda é ponto de passagem obrigatório para quem sai da auto-estrada (EN 117 )em direcção à loja do IKEA. E é impossível não reparar na toponímia. São três placas de pedra, uma para cada acesso à rotunda, que indicam o nome do polémico governante da Venezuela.
“Esta inaudita homenagem acontece dias depois de se saber que a Venezuela está a braços com uma epidemia de sarna, em resultado da miséria absoluta provocada pela chamada "revolução bolivariana"”, criticam os centristas, para quem Chávez é um odioso ditador.
“Recorde-se que o regime esquerdista radical de Caracas mantém dezenas de opositores políticos na cadeia, fechou televisões livres e conduziu a Venezuela a uma catástrofe económica”, destaca o texto do CDS Amadora no Facebook.
A decisão de atribuir o nome de Chávez, com quem o governo de José Sócrates manteve estreitas relações de cooperação económica, foi tomada pelo executivo liderado por Carla Tavares (PS). O processo terá começado com um voto de pesar pelo falecimento de Chávez, aprovado com a abstenção do CDS. Depois, em Maio de 2015, a comissão de toponímia aprovou a atribuição do nome do presidente venezuelano a uma rua do município. Esta comissão de toponímia tem a participação do CDS, com as restantes forças representadas na câmara. Daí que fonte do executivo municipal reaja ao JN online com “profunda estranheza” perante a indignação do CDS.
A inauguração da praça, esta terça-feira, aconteceu na presença do embaixador da Venezuela em Portugal, que veio à Amadora assistir a uma aula da Orquestra Geração, ainda segundo o JN. A orquestra segue um método de ensino musical venezuelano.