Fernando Medina pediu o apoio do BE e do PCP à sua candidatura a Lisboa nas autárquicas do próximo ano. Segundo apurou o SOL, o sucessor de António Costa na Câmara de Lisboa já tem as suas tropas no terreno para uma primeira avaliação da disponibilidade dos dois partidos à esquerda do PS para reproduzir na capital o acordo que Costa conseguiu para formar Governo.
No seu comentário semanal na TVI 24, esta segunda-feira, Medina confessou esperar que bloquistas e comunistas se unam em torno da sua candidatura. O desafio segue-se ao de Marcos Perestrello, líder da Federação de Lisboa do PS, que já tinha admitido que «é natural e desejável que o PCP e o BE venham a apoiar o candidato do PS».
Mas tanto o BE como PCP não parecem para aí virados. Desde logo porque o futuro de aliança parlamentar que sustenta o Governo é ainda uma incógnita e ninguém sabe a esta distância como vão estar as relações entre os três partidos no próximo ano. A discussão do Orçamento do Estado para 2017, no último trimestre deste ano, é a primeira grande prova de fogo da aliança de esquerda que junta PS, BE e PCP.
Os três partidos vão reunir os seus congressos até ao final do ano: primeiro os socialistas, entre 3 e 5 de junho; depois os bloquistas, nos dias 25 e 26 e, por fim, os comunistas, lá para dezembro. A estratégia de cada um dos partidos para as autárquicas será definida nas reuniões magnas. Mas parece claro entre bloquistas e comunistas que cada um irá apresentar um candidato próprio à maior autarquia do país, apurou o SOL junto de fontes do BE e doPCP em Lisboa.
Do lado do BE, o assunto está mesmo em cima da mesa das negociações entre Catarina Martins e Pedro Filipe Soares para a apresentação de moção única à convenção, de modo e evitar a divisão que saiu da convenção de há dois anos. A duas listas candidatas à concelhia de Lisboa do BE já afastavam qualquer hipótese de apoiar um candidato do PS, no caso Medina, que parece longe de conseguir o mesmo que o seu antecessor.