Nuno Magalhães lembrou que em 1976 o CDS votou contra a Constituição e que o tempo acabou por dar "razão histórica" ao partido, na medida em que já foram precisas sete revisões. "Há quarenta anos, o CDS ficou sozinho na votação da então nova Constituição. Mas o tempo deu-nos razão. Não sei se ficaremos sozinhos ou acompanhados nesta proposta e neste pedido de votação dos planos de estabilidade e reformas".
Na quarta-feira o CDS vai apresentar a votos um projecto de resolução através do qual recomenda ao governo a votação dos dois documentos. O PSD deverá votar a favor e PS, PCP, BE e PEV deverão votar contra a proposta dos centristas para impedir que o PE e o PNR sejam votados.
Para o CDS, o PE "é pouco credível nas projeções, pouco prudente nas finanças públicas, pouco ambicioso na confiança e é muito preocupante quanto ao investimento e, portanto, quanto ao crescimento e à esperança no emprego".
Ora, por tudo isto, Magalhães defendeu que o Programa de Estabilidade "podia e devia ser melhorado a tempo e a única forma de o fazer é discuti-lo, revê-lo e votá-lo pois é precisamente na altura em que o país mais precisa de esperança que os portugueses tomam consciência que as promessas de um novo tempo, de um novo ciclo e de uma nova era são desmentidos pela realidade e pelos números".
É porque o discurso era de celebração do 42 anos da Revolução dos Cravos, Nuno Magalhães deixou ainda a homenagem dos centristas a "todos aqueles que fizeram o 25 de Abril de 1974 e o confirmaram no 25 de Novembro de 1975 e que por isso contribuíram para que Portugal seja hoje um Estado Democrático, membro de pleno direito da União Europeia e um país democrático na NATO".