Ocorreu durante o fim de semana um “período de calma” do qual fizeram parte algumas cidades sírias, mas Alepo não esteve incluída.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o número de mortes desde que os bombardeamentos se intensificaram (há nove dias) já chegou aos 250.
Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, encontra-se em Genebra onde se reuniu com ministros árabes e Staffan de Mistura, enviado especial da ONU para a Síria, a fim de tentar evitar que o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e Rússia caia totalmente por terra.
No domingo, Kerry fez questão de frisar que “o fim da violência em Alepo e o regresso de um cessar-fogo duradouro e nacional é a principal prioridade”.
“Estamos a trabalhar em iniciativas concretas para fazer diminuir a intensidade dos combates e reduzir a tensão e esperamos alcançar progressos tangíveis”, disse o porta-voz John Kirby.
Também o chefe do centro de coordenação russo na Síria garantiu no domingo que as negociações para incluir Alepo no “período de calma” já tinham sido iniciadas. “Decorrem atualmente negociações para estabelecer um “regime de calme” na província de Alepo”, disse Sergei Kuralenko.
Contudo, os bombardeamentos parecem estar longe de acabar com a enorme ofensiva das forças do governo de Bashar Al-Assad para tentar recuperar Alepo, que é, em grande parte, ocupada pelos rebeldes.
“O que está a acontecer em Alepo é um ultraje. É uma violação de todas as leis humanitárias. É um crime”, disse Adel al-Jubeir, ministro saudita das Relações Exteriores, acusado Assad pelo que está a acontecer.
O Papa Francisco mostrou-se também preocupado com a situação, tendo pedido, no domingo, que todas as partes envolvidas no conflito respeitem o cessar-fogo. “Peço a todas as partes que fortaleçam o diálogo em curso, o único caminho que conduz à paz”, pediu o pontífice na Praça de São Pedro, lamentando a situação de Alepo.