A explicação de José Rodrigues dos Santos, na RTP, sobre a evolução da dívida pública portuguesa deixou os socialistas furiosos. O ex-deputado socialista José Magalhães classifica a explicação dada pelo jornalista como “uma vigarice extrema”.
“Passá-la na RTP à hora de maior audiência é um enxovalho para o serviço público”, escreve, nas redes sociais, o deputado do PS, acrescentando que “a aberração Santos vomita o seu palavrório certo que não tem contradita”. José Magalhães aconselha o jornalista a trocar de lugar com o assessor do PSD.
José Rodrigues dos Santos explica que o problema de Portugal foi não ter travado a dívida em 2005. “Portugal fez exatamente o contrário”, afirma o jornalista, referindo-se ao período em que os socialistas chegaram ao poder. Rodrigues dos Santos garante ainda que “para agravar as coisas o Eurostat descobriu que vários países, incluindo Portugal, estavam a esconder a dívida em empresas públicas”.
Uma afirmação contestada pelo porta-voz do PS, João Galamba, que acusa o jornalista de ser “um especialista de desinformação”. O socialista explica que “o Eurostat não descobriu nenhuma dívida escondida, porque as contas das empresas eram conhecidas e, sobretudo, porque a razão pela qual a dívida de algumas empresas não era reconhecida como dívida pública era exatamente por causa do Eurostat e das regras contabilísticas definidas por esta instituição, que determinam o que conta e não conta como dívida pública. Ou seja, havia dívida de empresas que não era contabilizada como dívida pública porque o Eurostat não contabilizava essa dívida como dívida pública, não porque se andasse a esconder o que quer que fosse da autoridade estatística europeia”. Galamba diz ainda que “a única dívida escondida que houve em Portugal foi parte da dívida da Madeira. Nesse caso, sim, ocultou-se dívida: não havia registos de despesa”.
O deputado Tiago Barbosa Ribeiro também critica o jornalista e acusa a RTP de ter dado “um triste espetáculo”