Custódio Duma, presidente da CNDH, falou numa conferência em Maputo onde classificou a situação de “grave e preocupante”. Duma pediu também ao governo do país que crie “condições necessárias para que seja realizada uma investigação séria, independente e transparente nos locais mencionados, quer seja por entidades da sociedade civil, religiosas ou instituições de direitos humanos”, acrescentando que o caso está a “criar interesse não só em Moçambique mas também fora”.
Antes, o canal moçambicano STV mostrou imagens de 13 corpos em decomposição em Macossa, no centro de Moçambique. Imagens essas que confirmam as denúncias de cadáveres abandonados no país.
“O País”, um jornal de Moçambique, esclareceu ontem que nove dos 13 corpos foram encontrados debaixo da ponte sobre o rio Piro e outros quatro encontravam-se muito próximos do rio em Macossa.
A denúncia foi feita a 27 do mês passado por um grupo de camponeses que garantia ter descoberto uma vala comum com cerca de 120 corpos na zona 76, posto administrativo de Canda, no interior de Gorongosa, no centro de Moçambique.
Os cadáveres, alguns já em adiantado estado de decomposição, foram encontrados numa zona onde estava a ser extraída areia para a reabilitação de uma estrada nacional. O local fica próximo de uma mina ilegal de extração de ouro, pouco frequentada devido à escalada de violência na região.
Dois dias depois, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, afirmava ter enviado uma equipa ao local e que nada tinha sido encontrado. Poucos dias depois, um grupo de jornalistas tentou, sem sucesso, aceder ao local que se encontrada sob vigilância policial.
Esta semana, também a Renamo, o principal partido da oposição de Moçambique, defendeu uma investigação internacional à descoberta dos corpos.