Suspeito do crime de Braga levou à saída de Marinho do MPT

Pedro Grancho Bourbon, detido esta semana por suspeita de rapto e homicídio de um empresário em Braga, foi uma das razões da cisão entre Marinho e Pinto e a direção nacional do Movimento Partido da Terra (MPT), pelo qual fora eleito eurodeputado. O advogado era um dos nomes exigidos por Marinho para a vice-presidência do…

«Foi uma das razões, não foi a única, mas foi uma delas», revelou ao SOL José Inácio Faria, para quem a operação policial desencadeada na última semana acabou por «provar» que a decisão do MPT foi a mais «correta».

Suspensos do PDR

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados e líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Marinho e Pinto, já reagiu às suspeitas que envolvem pessoas do seu círculo mais próximo. Na quinta-feira, revelou que os membros do seu partido detidos em Braga foram suspensos das atividades partidárias.

A decisão foi tomada numa reunião da comissão política do PDR. Na conferência de imprensa marcada para a hora de almoço, Marinho afirmou que o seu partido não pode «enterrar a cabeça na areia» depois de tudo o que foi noticiado, salientando que «um político tem de estar acima de qualquer suspeita». «Na política não existe presunção de inocência», destacou.  

No total, são quatro os membros do seu partido que foram detidos no âmbito da Operação Fireball – entre os quais Manuel Bourbon e Pedro Bourbon, que além de vice-presidente do PDR é amigo de Marinho e Pinto.

Esse não é, porém, um fator que iniba o ex-bastonário de tomar uma posição crítica, tendo prometido: «[Caso se venha a provar a responsabilidade pelos crimes], irei agradecer à Polícia Judiciária por ter livrado o partido de pessoas que cometem este tipo de crimes».

Na conferência de imprensa marcada de emergência, o líder do PDR deixou ainda uma palavra de solidariedade às famílias da vítima e dos suspeitos.

‘O partido não tem nadaa ver com isto’

Logo após terem sido conhecidas as detenções, Marinho e Pinto explicou ao SOL a sua forte ligação pessoal ao vice-presidente do PDR. Lembrou que Pedro Bourbon é filho de um «grande amigo e colega entretanto falecido», sendo alguém por quem tem muita estima. 

«O partido não tem nada a ver com isto, tal como o PS não teve nada a ver com José Sócrates, nem o PSD a ver com o caso de Duarte Lima. Isto são coisas de pessoas e que, se forem verdade, responsabilizam apenas as pessoas», concluiu.

Ainda assim, e apesar de todas as fronteiras que estabeleceu, segundo o JN terá sido Marinho e Pinto a escolher o advogado Rodrigo Santiago para representar Pedro Bourbon.