Os serviços disponibilizados serão o uberX e uberXL, que estarão ao dispor dos utilizadores até ao final do verão, assegurando viagens entre as zonas mais procuradas do Algarve: Faro, Vilamoura e Albufeira. A primeira opção corresponde ao serviço mais económico da desta plataforma, no entanto, a Uber guardou uma novidade para os seus utilizadores no Algarve. Trata-se do uberXL, um serviço prestado por carros com capacidade para seis passageiros.
O uberX terá uma tarifa base de um euro, a que acresce 0,1 euros por minuto e 0,8 euros por quilómetro. O novo uberXL terá uma tarifa base de 1,5 euros, a que acresce 0,15 euros por minuto e 1,2 euros por quilómetro.
A aposta da empresa numa nova localidade surge numa altura em que continua a existir forte contestação por parte dos taxistas. Aliás, o protesto destes profissionais realizado, no final do mês de abril, contou com a paralisação de taxistas em Faro, apesar de a Uber não estar presente, nessa altura, no mercado algarvio.
Contestação do setor
Os taxistas têm vindo a argumentar que são obrigados a pagar as licenças, ao contrário do que acontece com a Uber que não paga, além da formação que os profissionais do táxi são obrigados a ter e os impostos que têm de pagar. Ao mesmo tempo, afirmam que as viaturas que prestam serviço para esta plataforma “não estão licenciadas para o efeito” e que não reúnem “as condições estabelecidas para transportarem passageiros”.
Também o presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), João Carvalho já garantiu que o serviço de transporte Uber opera ilegalmente e considerou que “está fora da lei por vários motivos”. Esta afirmação foi feita no mesmo dia em que outra empresa, a Cabify começou a operar no mercado nacional, no passado mês de maio. “É claro e simples que a Uber está fora da lei. Ou acatamos as decisões dos tribunais ou deixamos de ser um Estado de direito”, defendeu o presidente do regulador dos transportes, que já entregou uma pronúncia sobre a Uber ao Ministério do Ambiente, que tem a tutela do transporte privado de passageiros.
Grupo de trabalho para modernizar táxis
Em resposta a toda esta contestação, o governo criou um grupo de trabalho tendo em vista “a modernização do setor do transporte público de passageiros em automóvel ligeiro”. Na altura, o Executivo comprometeu-se em apresentar um relatório final, no prazo de 60 dias, ou seja, a meio de julho.
Este documento deverá conter “um conjunto de recomendações ao governo” nomeadamente em relação aos “requisitos de acesso à atividade” e “acesso ao mercado” e “regulamentação das plataformas que aproximam passageiros e prestadores”.
O secretário de Estado do Ambiente, José Gomes Mendes, garantiu que, as associações dos profissionais de táxi, em reuniões tidas com o governo, manifestaram a importância de proceder a ajustes e reformas da regulamentação que rege o setor com vista à sua modernização e melhoria do serviço prestado à população. Para o Executivo, a necessidade de regulamentação visa “responder a novas tendências e novos modelos de negócio na mobilidade que têm captado o interesse de operadores e de clientes”.