O ministro das Finanças justificou hoje a mudança de estatutos do gestor público que acaba com os limites aos vencimentos dos gestores da Caixa geral de Depósitos (CGD) que hoje vigoram.
Segundo Mário Centeno, a medida visa alinhar o funcionamento do banco público com as práticas do setor bancário, um dos passos necessários para que a Comissão Europeia aceite uma recapitalização do banco. Bruxelas aceita que um estado injete dinheiro em bancos públicos, mas tal tem de ser feito em moldes semelhantes ao que um investidor privado faria.
Centeno explicou que a medida fará com que os salários da CGD “estarão alinhados aos salários do sector” e que acabará com um sistema “perverso” de incentivos que hoje existe, em que os gestores públicos podem optar por receber uma remuneração igual à média dos três anos anteriores. “Um vice-presidente pode ganhar menos do que os vogais. É um esquema que não contribui para a competitividade da Caixa”, ilustrou Centeno.
O ministro reconheceu que as remunerações são um “tema sensível”, mas têm de ser tratadas “de forma séria”. “Neste momento não há limite porque os gestores ficam com o rendimento anterior. O que se está a estabelecer é um princípio em que a remuneração é pelo que fazem hoje na CGD e não pelo que fizeram antes. Isso vai ser definido para a CGD, como se faz em qualquer banco”, afirmou.