Mas será que houve mesmo aproveitamento político? Não. É que dizermos que Marcelo se aproveitou da Selecção Nacional para retirar dividendos políticos evidenciaria que estaríamos a partir do pressuposto que estes encontros favoreceram Marcelo às custas da equipa de todos nós. Puro erro – o que acontece é precisamente o contrário. É a Selecção Nacional que retira dividendos futebolísticos da presença de Marcelo Rebelo de Sousa. É Marcelo que favorece a equipa de Portuga l –e não a equipa de Portugal que ajuda Marcelo.
Impossível? Não acredita, caro leitor? Tomamos a liberdade de lhe contar uma pequena estória – daqueles que vão compondo a nossa História. Um amigo muito próximo – para muitos, o seu amigo mais íntimo – confidenciou-nos que, um dia, Marcelo lhe contou que o seu sonho era “ser eleito Presidente da República e, no mesmo ano, o Sporting de Braga ser campeão ou ganhar um título nacional. Já para não dizer que a Selecção Nacional se tornasse campeã europeia ou mundial no mesmo ano!”. E Marcelo Rebelo de Sousa terá mesmo rematado: “ Isso nem que Deus, Nosso Senhor, fosse muito grande!”. Marcelo pretendia com este resposta caricata mostrar a este seu amigo (também ele ligado às lides futebolísticas) que jamais seria Presidente da República de Portugal. Que não passava de uma obsessão de muitos…
Pois bem, o que já aconteceu neste ano de 2016 (que, ainda, só vai a meio)? Em Janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa é eleito Presidente da República, na primeira volta, conseguindo uma coligação improvável da esquerda à direita. E – até ao momento – goza de uma popularidade ímpar. O primeiro desejo formulado por Marcelo foi concretizado – Deus, Nosso Senhor, foi grande.
Quanto ao segundo desejo – o da vitória do Sporting de Braga na Taça de Portugal, que o próprio Marcelo antecipara, nos comentários na TVI, em 2015, só ser possível daí a cinquenta anos! -, foi novamente concretizado em Maio deste ano. Há pouco menos de um mês! Ou seja: a vitória que Marcelo afirmara só ser possível em 2065 – ocorreu em 2016, poucos meses depois da sua eleição. Os astros parecem, pois, alinhados com Marcelo: primeiro, foi eleito; depois, entregou a sua primeira Taça de Portugal ao clube do seu coração. Deus, Nosso Senhor, foi grande.
Neste contexto, só falta mesmo concretizar o último desejo de Marcelo: Portugal sagrar-se campeão europeu de futebol. Como não há duas, sem três – parece-nos que o desejo de Marcelo Rebelo de Sousa será concretizado este ano. Se Marcelo quis ser eleito Presidente da República, e foi-o; se Marcelo quis entregar a Taça de Portugal ao Sporting de Braga uma vez eleito, e fê-lo; se Marcelo quer ver a Selecção Nacional campeã europeia no primeiro ano do seu mandato, vê-la-á já este ano. Deus, Nosso Senhor, vai ser grande. Graças ao nosso “Cristo que desceu à Terra”, Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Como poderão as vozes maledicentes insinuar que Marcelo está a aproveitar-se politicamente de Cristiano Ronaldo, Nani, Pepe, Quaresma e companhia? Nada disso: ainda bem que Marcelo visitou a Selecção, transmitindo-lhes a sua sorte divina. Estando Marcelo próximo da Selecção, mais próximos estamos da vitória final! 2016 é o ano Marcelo!
Mais: visto que Marcelo Rebelo de Sousa está em grande forma física (não pára um segundo – chegou de Paris e já vai para Abrantes, depois para Cascais, depois para o Alentejo, depois…) e emocional (Marcelo irradia felicidade), só nos resta sugerir – senão mesmo exigir – que, face à lesão de Quaresma e ao rendimento ainda pouco elevado de Nani, Fernando Santos lance Marcelo Rebelo de Sousa no jogo, fazendo dupla com Cristiano Ronaldo no ataque lusitano.
Mister Fernando Santos, meta o Marcelo! Se o meter em campo, é vitória certa! Como disse Marcelo ao seu amigo, Deus, Nosso Senhor, será grande!
Viva Portugal!