Está a ser uma manhã de forte turbulência nos mercados financeiros, com quedas abrutas nas principais bolsas europeias. As perdas chegaram a superar os 8% no arranque da sessão e, embora o nível de turbulência tenha diminuido entretanto, os investidores estão a revelar um nível de receio extremamente elevado, e os países da periferia europeia estão a ser particualrmente afetados.
A bolsa portuguesa não está a escapar à razia, com uma desvalorização superior a 7%. O BCP é a ação mais penalizada e está a negociar num novo mínimo histórico de 1,7 cêntimos. Os juros da dívida pública também dispararam e chegaram a atingir 3,5%, tendo entretanto recuado para valores em torno de 3,2%.
Vários bancos centrais, como o Inglaterra, o BCE, e o do Japão, reagiram ao resultado do referendo e garantiram que injeções de liquidez nos mercados para acalmar os investidores, mas a incerteza mantém-se. Segundo explica Steven Santos, analista do Banco BIG, há “quedas generalizadas” em activos de risco, como as bolsas asiáticas e europeias, a libra e as divisas relacionadas com crescimento económico, como as dos países emergentes.
Nos índices europeus, “o sentimento mais frágil é o da periferia”, com as bolsas de Espanha e Itália a cairem mais do dobro do que o britânico FTSE 100. “Depois do Brexit ter sido escolhido pelo Reino Unido, aumenta a incerteza em torno das eleições em Espanha, que ocorrem no domingo. Em termos sectoriais, a banca está muito fragilizada, sobretudo a britânica, a espanhola e a italiana. Além dos problemas específicos da banca europeia, como a fraca capitalização e a baixa rentabilidade, acresce agora a incerteza sistémica sobre o futuro da União Europeia”, indica o gestor.