Desde que os britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia, as autoridades britânicas registaram um aumento de 57% nos casos de xenofobia e racismo.
A sede de uma comunidade polaca em Londres foi pintada com a inscrição “Fuck you – out”, um dos casos que aumentam o receio de que os ataques se intensifiquem entre as várias comunidades estrangeiras a viver em Inglaterra.
“A sensação é uma mistura de desgosto com medo. Estamos aqui neste centro desde 1962 e nunca vimos racismo”, lamentou Joanna Ciechanowska, diretora da galeria. “Estamos profundamente chocados e preocupados com os recentes incidentes xenófobos e de abuso contra a comunidade polaca”, escreveu a embaixada da Polónia no Facebook, acrescentando que as autoridades já estão a investigar o caso.
Esta situação não é um caso isolado. Folhetos com a frase “Deixem a UE – não queremos mais vermes polacos” foram colocados em vários carros perto de uma escola em Londres.
A comunidade portuguesa a viver em Inglaterra também tem sido alvo de atos xenófobos. Os primeiros casos aconteceram na última quinta e sexta-feira, quando dois cidadãos portugueses foram alvo de uma tentativa de agressão no metro de Londres. Contudo, os ataques xenófobos à comunidade portuguesa continuam.
Para que sejam denunciados estes casos, foi criada no Twitter a hashtag #postrefracism – denuncie o racismo relacionado com o referendo. “Eu esperava que isto acontecesse porque havia muitas coisas más dos dois lados da campanha pelo referendo”, disse Sarah Childs, criadora da iniciativa. Childs é britânica, mas tem vários amigos de outras nacionalidades.
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Sadiq Khan, presidente da câmara de Londres, já pediu às autoridades para estarem alerta para que mais casos como estes sejam travados, avisando ainda ter “tolerância zero” para estas situações. Também o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu condenando os ataques de racismo e dizendo que “não vai tolerar a intolerância”.
Estes casos preocupam vários imigrantes não só no Reino Unido mas em toda a Europa, com vários partidos de extrema-direita a ameaçarem fazer referendos como o do Reino Unido no seu país.
