A Audiência Nacional a pedido do titular do julgado número 6, Eloy Velasco, pediu o arquivamento das denuncias contra o Podemos por suposto financiamento ilegal do partido de Pablo Iglesias pela Venezuela e o Irão. Como o fez o tribunal supremo, o representante do Ministério Público espanhol também recusou prosseguir investigações considerando que os factos imputados ao Podemos não têm nenhuma credibilidade.
A denuncia na justiça tinha sido colocada pela associação União Cívica Espanhola, Partido Pela Paz, Reconciliação e Progresso de Espanha e baseava-se, alegadamente, num relatório policial com o sugestivo título de PISA (Pablo Iglesias Sociedade Anónima). A Procuradoria Geral da Audiência Nacional desacreditou esse documento com contundência. O procurador Migue Ángel Carballo afirma que a denúncia apresentada é um mero “conjunto desordenado de reprodução de notícias de jornais”. O procurador desqualifica o suposto documento policial, afirmando que nada prova que seja de facto da polícia, e que independentemente disso, o seu conteúdo não tem provas nem indícios de qualquer crime que supostamente teria cometido o partido de Pablo Iglesias.
O Podemos foi repetidamente acusado por membros do governo de ter sido financiado pela Venezuela. O diário espanhol “Publico” denunciou que esta campanha que envolveria elementos do governo com responsabilidades na polícia teria tido origem nas cúpulas do governo. Esta declaração da justiça espanhola chega depois das eleições, e numa altura que se demitiu o chefe da Oficina Antifraude da Catalunha, Daniel de Alfonso. Depois de terem sido reveladas gravações de conversas entre este funcionário e o ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, em que se combinavam investigações para criminalizar políticos independentistas da Catalunha.