O treinador que ousou sonhar – e o destino foi-lhe grato e pagante por isso. O treinador que, como já escrevemos, sabe ser inspirador, sem prejudicar a sua autoridade legítima de líder. Não confunde autoridade (própria dos grandes) com autoridadezinha (própria dos líderes pequenos, mesquinhos, sem chama).
E, obviamente, a nossa chegada à final de Paris deve-se à qualidade, à coesão e ao profissionalismo dos nossos jogadores. Desde Rui Patrício até Rafa Silva (que, mesmo nos dois minutos que jogou, evidenciou uma atitude exemplar). Pepe é o verdadeiro imperador da defesa, que inspira à luta permanente até ao apito final. Nani é o jogador que mostrou uma atitude inexcedível, passando de jogador em crise de carreira para uma jogadora temível, disputado por vários emblemas europeus sonantes.
Já para não falar do nosso capitão Cristiano Ronaldo. Sobre o melhor jogador do mundo, já escrevemos por duas ocasiões aqui no SOL: é o jogador mais completo, mais brilhante e genial do futebol contemporâneo. Cristiano Ronaldo não escreveu uma página na história do futebol mundial: escreveu um capítulo, senão mesmo um livro inteiro da história deste desporto que tanto nos apaixona. E – acreditamos convictamente – ainda será o melhor jogador do Euro 2016: afirmamo-lo não por uma mera questão de fé (ou fezada), mas sim interpretando dados objectivos.
Cristiano Ronaldo já apontou três golos; tem já assistências decisivas em dois jogos, que contribuíram para os golos de Portugal; é um dos jogadores com mais remates à baliza adversária; bateu já recordes de presenças, golos e jogos finais disputados, ultrapassando o tão querido dos franceses, Michel Platini. Por todos estes factores, a UEFA poderá justamente coroar Cristiano Ronaldo como jogador da competição. Mais: neste momento, a luta para a coroação é disputada por Cristiano Ronaldo e Griezmann. O factor decisivo será a vitória na final de hoje (se a França ganhar, Griezmann será o melhor jogador; se Portugal ganhar, Cristiano Ronaldo será o melhor jogador do EURO).
Enfim, os dados estão lançados: estamos convictos de que hoje é dia de Portugal. Com tanta conversa (fiada) sobre o caractér pouco estético do jogo português, parece-nos que futebol é “um jogo de onze contra onze; e no fim ganha Portugal”. Em jeito de conclusão, uma questão para os franceses: o que significa “dégueulasse”? Hoje, como diria uma emigrante portuguesa entrevistada por um canal nacional, “dégueulasse” significa “dois golaços”. Dois golaços de Portugal – um de Cristiano Ronaldo, outro de João Mário.
O galo francês, esse, hoje vai cantar de galo…
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