"Às armas, às armas sobre a terra e sobre o mar, pela pátria lutar, lutar". O leitor reconhece , claro, estas palavras de um hino que toca no coração de todos e que esta noite se transformou no single nacional de um país inteiro em festa. Portugal é campeão da Europa, os portugueses fazem a festa e o mundo olha atento – até incrédulo – a muitos milhões de lusitanos a sorrir de alegria.
Mal o jogo terminou a Alameda gritou a uma só voz "Portugal!". Nenhum francês nas imediações – e ainda bem, porque é agora de abraçar o pai, a mãe, o tio, o vizinho ou um qualquer desconhecido.
Segue-se viagem pelo Saldanha até a Avenida da República rumo ao Marquês de Pombal. Enquanto o nosso presidente Marcelo Rebelo de Sousa anuncia a condecoração com a Ordem de Mérito a todos os jogadores, as ruas de Lisboa estoiram de emoção: os motores que não se calam, as crianças que sorriem, meio ingénuas, para todos os mais velhos que gritam desalmadamente pelo nome do seu país. E os velhos, os do Restelo pois, pouco crentes numa conquista há muito desejada. Sim, esses também descem até ao Marquês de Pombal.
"Fizemos o impossível" diz um jovem a certa altura. Fizemos sim senhor. Mas já que está feito mais vale celebrá-lo nesta avenida de todos nós. Bandeiras ao alto, cervejas na mão, entregue-se amor no sítio escolhido pelos lisboetas para celebrar todos os títulos. Agradeça-se a Éder, esse vilão que agora é herói. A Fernando Santos, o engenheiro que nos enganou a todos. E a Cristiano Ronaldo, lesionado, de melhor do mundo a adjunto, que ganhou finalmente um título colectivo pelas cores do país que o viu nascer.
Aqui cumpre-se Portugal. Finalmente