Faculdade. 7500 vagas para enfermeiros, gestores, engenheiros informáticos e médicos

No próximo ano letivo há 50 688 vagas no ensino superior público,  uma ligeira subida depois de quatro anos em queda. Enfermagem, Gestão, Engenharia Informática e Medicina lideram oferta

Este ano há 50 688 vagas disponíveis no ensino superior público. Depois de quatro anos de queda consecutiva da oferta, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior revela que serão disponibilizadas mais 133 vagas nas universidades e politécnicos. A variação é mínima e, analisados os dados divulgados pela tutela, há muito pouco a mudar no ensino superior no próximo ano letivo. Os cursos de enfermagem, gestão, engenharia informática e medicina lideram a oferta, somando 7426 vagas, cerca de 15% do total. 
São os cursos de engenharia informática e gestão que mais aumentam o número de vagas, mais 57 lugares e mais 30, respetivamente. Os 22 cursos de enfermagem, no global, têm um acréscimo de quatro vagas. Medicina, área em que tem havido reptos da Ordem dos Médicos e dos estudantes para a diminuição das vagas, mantém-se tudo igual ao ano passado: 1441 vagas.

Médias mais alta a Medicina, em queda a arquitetura A primeira fase de candidaturas arranca amanhã e a tutela divulgou o habitual balanço que dá conta das vagas e notas de entrada dos últimos colocados no ano passado, médias que servem de referência aos candidatos que podem candidatar-se a seis opções.
As notas para entrar em Medicina continuam em alta. O curso da Universidade do Porto lidera mais uma vez o ranking nacional dos cursos com notas mais altas mas, em 2015, a média do último colocado subiu quatro pontos percentuais, para 186,7. A Universidade da Beira Interior tem o curso de Medicina com a média mais baixa mas também aqui a trajetória é de aumento: em 2014 bastou 172,5 para entrar e, no ano passado, o último colocado tinha uma média de 178,0. 

No campeonato dos cursos com as notas mais altas, todas as décimas contam e este ano há algumas alterações. As notas em Arquitetura têm estado em queda mas, desta vez, o curso que já foi dos de mais difícil acesso no país deixa de figurar entre os cinco com médias mais altas. Já Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, sobe do terceiro para o segundo lugar no pódio das notas mais altas. O último colocado no ano passado tinha média de 185,0, mais cinco pontos que no ano anterior. Ainda no top 5, seguem-se os cursos de Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Porto) e no Minho e o mestrado integrado em Engenharia Física Tecnológica, no Técnico.

Nove cursos para mais de 18, em 32 entra-se com negativa Entre os 1060 cursos disponíveis no ensino superior público, os extremos são igualmente surpreendentes. Em nove cursos só se entra com uma média superior a 18. No lado oposto, há 32 cursos com nota de acesso negativa. Doze têm, em ex aequo, a média mais baixa (95,0), entre os quais oferta de marketing, enfermagem ou agronomia, em universidades e politécnicos.

Cursos mais procurados deixam milhares de fora A tutela tem vindo a divulgar cada vez mais dados sobre o acesso, preferências e colocações no ensino superior. Os dados permitem concluir que, se todos os anos há cursos vazios, os mais procurados deixam milhares de fora. 
No ano passado, 3770 estudantes tinham como primeira opção entrar para Medicina mas só 1473 foram colocados ao longo das três fases e diferentes contingentes. Sobram 2297 candidatos com o sonho de medicina adiado (pelo menos em Portugal). Em Gestão, também sobram 2652 pessoas quando se contabiliza os que tinham estes cursos como primeira opção e os que foram efetivamente colocados. Em enfermagem sobram 829 alunos, que contudo têm opções no privado.

As candidaturas da 1.ª fase decorrem até 8 de Agosto. Para ajudar no processo, o i publica os 85 cursos mais procurados em 2015, com as vagas disponíveis, a média do último colocado mas também a taxa de desemprego – dado que a tutela disponibiliza tendo os recém-diplomados inscritos nos centros de emprego como desempregados. Os únicos cursos com desemprego zero são de Medicina. Direito na Universidade do Porto, curso no top 10 dos mais procurados, tem uma taxa de desemprego de 14,5%, acima da média nacional dos recém-diplomados do ensino público (8,1%). A probabilidade de ter saída do mercado, já se sabe, não é tudo. Boas escolhas.

Vagas e médias para 2016/2017

Enfermagem 
•  2026 vagas (+4)
•  Média mais baixa: Instituto Politécnico de Portalegre (9,5)
•  Média mais alta: Escola Superior de Enfermagem do Porto 153.5
 
Gestão
•  1946 vagas (+30)
•  Média mais baixa: Instituto Politécnico de Viana do Castelo (106,0)
•  Média mais alta: U. Nova de Lisboa – Faculdade de Economia (173,0)
 
Medicina
•  1441 vagas  (= a 2015/2016)
•  Média mais baixa:U. da Beira Interior (178,0)
•  Média mais alta: U. do Porto – Faculdade de Medicina (186,7)
 
Engenharia Informática
•  2013 vagas (+57)
•  Média mais baixa: U. da Madeira (103,1)
•  Média mais alta: U. do Minho (159,0)
 
Direito
•  1275 vagas (-40)
•  Média mais baixa:U. de Lisboa – Faculdade de Direito (141,8)
•  Média mais alta: U. do Porto – Faculdade de Direito (165,4)
 
Economia
•  1172 vagas (-2)
•  Média mais baixa: U. da Madeira (98,3)
•  Média mais alta: U. do Porto – Faculdade de Economia (173,5)
 
Psicologia
•  826 vagas (+5)
•  Média mais baixa: Universidade dos Açores – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (128,0)
•  Média mais alta: U. do Porto – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (161,0)
 
Arquitectura
•  639 vagas (+16)
•  Média mais baixa:U. da Beira Interior (104,5)
•  Média mais alta; U. do Porto – Faculdade de Arquitectura (173,0)
 
Nota: Médias com base na nota de entrada do último candidato em 2015, considerando apenas cursos em horário diurno