O presidente angolano desferiu ontem, quarta-feira, um feroz ataque aos empresários locais que enriqueceram de forma ilícita, criando fortuna através do desvio e até do roubo de bens públicos.
Num discurso de 35 minutos que assinalou o arranque do VII congresso do MPLA, no Centro de Conferências de Belas, em Luanda, José Eduardo dos Santos considerou mesmo que o país pode e deve descartar esses “falsos empresários”.
Em contrapartida, o homem que dirige os destinos do país há quase 37 anos (desde setembro de 1979), apelou ao reforço dos apoios aos “empresários mais comprometidos com o futuro do país” e aos que sabem realizar “licitamente os seus negócios no mercado interno e externo”, classificando-os como “bons patriotas”.
“Não devemos confundir estes com os supostos empresários que constituem ilicitamente as suas riquezas, recebendo comissões a troco de serviços que prestam ilegalmente a empresários estrangeiros desonestos, ou que façam essas fortunas à custa de bens desviados do Estado ou mesmo roubados”.
Ao som dos fortes aplausos vindos dos quase 2600 delegados presentes no congresso, e sob o olhar de militantes e convidados, o presidente avisou que “Angola não precisa destes falsos empresários, que só contribuem para a sua dependência económica e política de círculos externos”.
Para José Eduardo dos Santos o futuro de Angola tem, obrigatoriamente, de passar pela diversificação do tecido económico nacional, sustentado pelas receitas das exportações de petróleo, mas sem ficar excessivamente dependente das importações.