Gustavo Dudamel nunca quis envolver-se na política de uma forma direta, mas a sua participação nas exéquias de Hugo Chávez levaram muitos a encostá-lo ao regime. O seu silêncio face ao polémico consulado do delfim de Chávez, Nicolás Maduro, acentuou essas suspeitas e tornou as críticas ainda mais insistentes. Face à pressão da opinião pública, o maestro publicou no Los Angeles Times, de 29 de setembro de 2015, um artigo de opinião intitulado ‘Por que não falo de política venezuelana’, no qual aborda as críticas de que havia sido alvo.
«Não sou nem um político nem um ativista. Embora esteja consciente de que até algo tão benigno como reger uma orquestra possa ter profundas ramificações políticas, não vou tomar uma posição pública ou alinhar-me com um ponto de vista ou um partido na Venezuela ou nos EUA. (…) Àqueles que acham que me mantenho em silêncio há demasiado tempo, digo o seguinte: não confundam a minha falta de tomada de posição política com a falta de compaixão ou de convicções. A minha música é a minha voz, e as minhas orquestras tocam para toda a gente que procura um futuro melhor. Ergo a minha batuta para as oportunidades, a unidade e a esperança. Escutem com atenção e talvez também ouçam isso», lê-se.
Já em 2016, Dudamel revelou-se otimista relativamente ao futuro da Venezuela. «As pessoas veem algum do meu trabalho internacional em Viena, em Berlim e em Los Angeles, mas passo a maior parte do tempo na Venezuela e evidentemente vivemos um momento muito complexo, mas devemos compreender que, destes momentos, florescem os melhores resultados. Nesse sentido estou muito otimista», declarou à venezuelana Blu Radio.