Durante a sua intervenção na Escola de Quadros do CDS, na noite de sábado, Paulo Portas falou essencialmente de política internacional e abordou um dos temas quentes para os centristas, Angola, realçando que não cabe a Portugal "explicar aos angolanos como devem ser angolanos”.
O ex-líder do CDS participou ontem num jantar conferência sobre ‘Desafios de Portugal no presente contexto internacional’ juntamente com o ex-comissário europeu socialista, António Vitorino. Desde logo começou por alertar que só iria falar de “política externa” e que todas as opiniões expressas são feitas “em nome próprio”.
Portas passou por temas como o impeachement no Brasil, as eleições nos EUA, a falta de governo em Espanha e não evitou um dos temas mais polémicos para o CDS, Angola.
“Angola tem mais de 100 mil portugueses, duas mil empresas nacionais sediadas em Angola e 10 mil empresas em Portugal a exportar para lá. É por estes factos tão importantes que devemos perceber que a escola diplomática sabe que são os interesses portugueses que têm de ser defendidos e não devemos explicar aos angolanos como devem ser angolanos”, afirmou o antigo líder centrista, acrescentando que se Portugal não tiver uma “boa relação” com Angola, países como a Turquia, a Espanha, a França, o Reino Unido e a China “vão tomar as posições de Portugal”.
Recorde-se que Paulo Portas participou, a título pessoal, no congresso do MPLA. Os partidos portugueses, à exceção do BE, PEV e PAN, também participaram no congresso, no qual o centrista Hélder Amaral destacou a proximidade “cada vez maior” entre o CDS e o partido que governa Angola – declarações que foram alvo de várias críticas.
A Escola de Quadros do CDS teve início no passado dia 1 e termina este domingo.