Resgate: muito barulho para nada?

Moody’s tira gás a polémica lançada pelo Financial Times 

Um relatório da agência de rating Moody’s conhecido ontem ajuda a afastar um fantasma que desde o final da semana passada voltou a pairar sobre o país. “O risco é baixo. A posição de financiamento de Portugal é confortável”, diz nesse documento Kathrin Muehlbronner, vice-presidente sénior da Moody’s sobre a hipótese de ser necessário um novo resgate para o país.

O resgate voltou a ser tema desde que, no final da semana passada, o editor para a Europa do “Financial Times”, Tony Barber, fez um artigo que especulava sobre as consequências para Portugal de o país voltar a precisar de ajuda financeira. O jornalista citava um relatório do Banco de Portugal de 2014 e alguns empresários para explicar que as reformas feitas não terão sido suficientes e deixam o país numa situação de fragilidade.

Três dias mais tarde, o jornalista Wolfgang Münchau avisava no diário britânico que Angela Merkel está politicamente enfraquecida na Alemanha e poderá, em 2017, não ter condições para, como no passado, aprovar programas de ajuda que venham a ser necessários para países como “Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha”.

Foi neste contexto que a CNBC perguntou a Mário Centeno se estava a trabalhar para evitar um resgate e este deu uma resposta que não conseguiu afastar a ideia de uma crise iminente. Curiosamente, foi a líder do BE, Catarina Martins, que veio em auxílio de Centeno, classificando como “propaganda para pressionar” Portugal durante as negociações para o Orçamento do Estado para 2017 o avolumar de referências a um resgate na imprensa internacional.

Certo é que várias fontes da direção do PSD ouvidas pelo i não dão como iminente um novo programa de ajuda, apesar de sublinharem a importância de Costa inverter o rumo da sua política e “fazer reformas que tornem o país mais competitivo e produtivo para crescer mais”.