FC Porto: Só dez minutos a forçar não chegam em dia de Ramos

FC Porto dormiu durante 80 minutos, perante um Tondela muito arrumadinho. Depois, o guardião foi tudo menos Petit e safou o 0-0.

Não há meio deste FC Porto desencalhar. Nos últimos quatro jogos, apenas um com desfecho positivo: o enganador 3-0 ao Vitória de Guimarães logo a seguir ao desaire no clássico com o Sporting. Depois disso, dois desoladores empates em jogos à partida de grau de dificuldade médio-baixo como o Copenhaga e o Tondela. Ontem, naquela cidade do distrito de Viseu, mais uma exibição letárgica, amorfa, sem ponta de inspiração – e muitas vezes, também transpiração. Nuno Espírito Santo mudou quase meia equipa em relação ao empate de quarta-feira contra os dinamarqueses, com destaque para a estreia absoluta do central ex-Braga Boly e para a primeira titularidade de Brahimi. Nomes, mais nomes… tudo muito bonito, mas a efetividade das mudanças foi absolutamente nenhuma.

Foram cerca de 75 minutos sem um único remate enquadrado para o conjunto azul e branco. Do outro lado, pelo contrário, viram-se ideias, viu-se um plano de jogo e viu-se a sua aplicação efetiva no campo. E com oportunidades de golo, como aos 72 minutos, em que Jhon Murillo ganhou na luta com Boly e, na cara de Casillas, fraquejou, qual Robben na final do Mundial 2010. Agora, como então, o reputado guardião espanhol agigantou-se e, com uma defesa soberba, negou o golo ao venezuelano, que até está em Tondela cedido pelo Benfica.

HÁ DRAGÃO… MAS POUCO No último quarto de hora, sim, o dragão acordou. Já com Óliver, Adrián e Corona em campo, e após a saída de Depoitre – mais um jogo de contribuição absolutamente nula do ponta de lança belga, destacando-se um cabeceamento por cima quando tinha tudo para marcar –, os portistas carregaram, sempre com mais sofreguidão e no limiar do desespero do que propriamente com criatividade e inspiração.

Começou então o festival de Cláudio Ramos, o guarda-redes do Tondela que tinha estado a fazer figura de corpo presente durante mais de uma hora. A sete minutos do fim, negou de forma extraordinária o golo a André Silva, que logo no lance seguinte, isolado, atirou ao lado – talvez o jogo mais fraco do jovem avançado português desde que subiu aos seniores: correu-lhe tudo mal. Já nos descontos, uma mancha impressionante de Cláudio Ramos assustou Adrián, evitando novo golo, agora ao atacante espanhol.

No fim, Nuno Espírito Santo resumiu assim o jogo: “Faltou marcar um golo. A equipa entregou-se mas não foi eficaz, e isso preocupa-me. Quando se quer ser campeão e se assume essa candidatura, temos de ganhar estes jogos.” Está tudo dito, míster Nuno.