A ONU anunciou, esta terça-feira, a suspensão de toda a ajuda humanitária na Síria, horas depois de um ataque contra uma coluna de veículos, que transportava alimentos, roupa e medicamentos, e da qual resultaram doze mortos – incluindo voluntários – numa localidade situada a oeste de Alepo.
Os camiões pertenciam à organização humanitária Crescente Vermelho da Síria e transportavam bens fornecidos pelas Nações Unidas, destinados a ajudar cerca de 78 mil pessoas. Das 31 viaturas, 18 foram destruídas, quando descarregavam a mercadoria na cidade síria de Urem al-Kubra.
Face ao sucedido, a ONU anunciou a suspensão imediata da ajuda. “Como medida de segurança imediata, outras movimentações de colunas na Síria foram suspensas (…) ficando pendentes de uma avaliação mais aprofundada da situação securitária”, anunciou, esta terça-feira Jens Laerke, porta-voz da organização, citado pela Al-Jazeera.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os ataques foram perpetrados ou pelo exército sírio, leal a Bashar al-Assad, ou pela aviação russa. Um porta-voz do departamento de Estado norte-americano, John Kirby, também deixou no ar esta hipótese, ao lembrar, citado pela BBC, que o “destino desta coluna era conhecido pelo regime sírio e pela Federação Russa”.
Na passada segunda-feira o regime sírio voltou a bombardear forças rebeldes no país, pondo fim a uma semana de cessar-fogo, acordada pelos EUA e pela Rússia. A agressão desta terça-feira, a membros das equipas de ajuda humanitária, põem a nu as debilidades do acordo e coloca em causa a já ténue esperança numa resolução pacífica para a Síria, num futuro próximo.