Também as escolas inseridas em contextos sociais desfavoráveis conseguiram melhorar os resultados dos seus alunos, destaca o Conselho Nacional da Educação (CNE).
Mas esta tendência não se verifica a nível nacional. Ou seja, as melhorias dos alunos e das escolas detetadas em estudos internacionais não se verificam em Portugal, sublinha o último relatório do Estado da Educação, hoje divulgado, que tem como tema principal o perfil dos alunos.
Esta “divergência” entre os resultados internacionais e nacionais pode querer dizer, alerta o presidente do CNE, David Justino, “que nunca tivemos tão bons alunos como os que têm passado pelas escolas nos últimos anos”. Resta saber se, a nível nacional, “os estamos a tratar bem e a educá-los melhor”. Uma responsabilidade que, sublinha David Justino, “não é exclusiva da escola” lembrando que “parte significativa das escolas portuguesas continuam a fazer a diferença, a contrariar os determinismos sociais e a superar as melhores expetativas”.
O presidente do CNE e também ex-ministro da Educação explica ainda que “a melhoria do desempenho médio dos alunos portugueses” se deve “à redução acentuada do grupo dos alunos com piores resultados”. Ou seja, “diminuíram as desigualdades educativas”, lê-se no relatório.
E o mesmo se aplica às escolas, tendo sido registado “um número significativo de escolas inseridas em contextos sociais mais desfavoráveis” que tiveram resultados acima da média do PISA, o maior estudo internacional sobre educação. A percentagem de escolas, inseridas em meios desfavoráveis, cujos alunos obtiveram resultados acima da média “passou de 19% em 2003 para 34% em 2012”.
Outros fatores que podem ter contribuido para a melhoria dos resultados dos alunos passam pelo aumento de professores motivados e porque houve “uma clara redução do grupo de pais – especialmente das mães – com baixa escolarização”, sublinha o relatório.