O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se, de emergência, no passado domingo para tentar alcançar (mais) um acordo de paz para a Síria, ao mesmo tempo que o exército de Bashar al-Assad apertava o cerco a Alepo, com intensos bombardeamentos. Mas a reunião serviu apenas para os países ocidentais e a Rússia trocarem acusações sobre o alegado envolvimento de uns e outros no conflito.
“O que a Rússia está a patrocinar e a fazer não é contraterrorismo. É barbárie”, acusou a embaixadora dos EUA, Samantha Power, citada pela Al-Jazeera.
O representante do Reino Unido, Matthew Rycroft, optou pela mesma linha que o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, e sugeriu na reunião que a Rússia é “parceira do regime sírio” na prática de “crimes de guerra”.
Do outro lado da barricada, o embaixador russo, Vitaly Churkin, acusou os Estados Unidos pelo fim abrupto do acordo de cessar-fogo, uma vez que “foram incapazes de convencer os grupos rebeldes a distanciarem-se” dos “grupos terroristas” durante o período de tréguas.
E quando o representante da Síria se preparava para falar ao Conselho, os embaixadores dos EUA, Reino Unido e França abandonaram a sala, personificando bem o clima hostil da reunião e falta de vontade, de ambas as partes, para chegarem a um acordo de paz.
Enquanto isso, Alepo continua a ferro e fogo, e houve quem tivesse confessado na segunda-feira que a situação se assemelhava ao “dia do Juízo Final”.
“Estão pessoas mortas espalhadas por este hospital improvisado”, contou Amar al-Halabi, jornalista da Al-Jazeera, reportando a partir de Alepo. “A situação, aqui, é dramática”, confessou.